domingo, 28 de abril de 2013

Mergulho na fornalha

Vulcões ativos podem ser encontrados em diversas partes do mundo. Mas qual deles você pode, de fato, visitar? Em White Island (Ilha Branca, em português), a 48 quilômetros da cidade de Whatatane, na Nova Zelândia, é possível. E com certa facilidade. Isso porque uma borda da cratera cedeu. Logo ao desembarcar, após chegar de barco ou helicóptero, caminha-se direto para dentro da cratera. Não é preciso escalar alguma encosta ou fazer esforço. ..........
............As bordas da cratera chegam a 321 metros de altura. Mais de 70% do vulcão está submerso. Em toda a Nova Zelândia, é a maior estrutura vulcânica. Geofísicos do país estimam que tenha surgido há aproximadamente 150 mil anos. A paisagem visível sobre o mar tem a sua forma atual há cerca de 16 mil anos. Prova de uma paisagem em constante mutação. 

A atividade do vulcão é imprevisível. Há dias em que quase não há movimentações. Outros são mais agitados. O processo, no entanto, nunca para. Dentro, é possível ouvir estrondos, chiados e ruídos de toda espécie. O cheiro de enxofre é intenso. A coluna de vapor pode chegar a 10 mil metros de altura. Gases, muitas vezes enxofre, são expelidos o tempo todo. A ilha libera jatos de vapor por toda parte. 

White Island é considerada um dos principais pontos turísticos da Nova Zelândia. A visita pode ser feita por pessoas de qualquer idade. Quer dizer, quase. O passeio não é recomendado para crianças muito pequenas. Nem para quem tem problemas como asma ou dificuldades de locomoção. 

A visita, claro, tem seus riscos. O maior perigo, porém, não é de uma erupção. Até porque o local é constantemente monitorado por sismógrafos, além de câmeras. O risco maior é um possível colapso das paredes e até do chão. Por este motivo, guias credenciados de empresas que operam visitas têm a obrigação de garantir que os visitantes sigam as instruções. Ou seja, os turistas precisam se manter dentro das trilhas. Devem também evitar se aproximar da cratera principal, que pode desmoronar. As fumarolas (pequenas aberturas nas proximidades de um vulcão) não são menos perigosas, liberando gases cuja temperatura pode passar de 600º C. Queimaduras sérias nas mãos e no rosto podem acontecer se as regras forem desrespeitadas. Respeitar o guia da viagem, portanto, é a condição básica para aproveitar a paisagem. 

O caminho para White Island também é uma atração. A viagem passa por águas profundas e pode ser vista uma grande quantidade de cardumes de peixes, golfinhos e até mesmo baleias. Todo o passeio dura quase um dia inteiro. O único problema é a possibilidade do mar estar muito forte e ele ser cancelado. É importante ligar para a operadora na véspera e confirmar a visita. 

As condições da ilha são tão inóspitas que nenhuma vegetação sobrevive ao ambiente das paredes da cratera. Andar em White Island é como andar na Lua. No lugar das plantas, diversos cristais amarelos de enxofre. Há também, as ruínas de uma antiga fábrica. 

Em 1914, uma mina de enxofre chegou a ser instalada na ilha. O elemento era explorado para a fabricação de fertilizantes. A acidez dos gases, porém, corroía os equipamentos e comprometia a saúde de quem ali trabalhava. Quando uma parte da cratera desabou (o que hoje é um chamariz para 10 mil turistas por ano), matou 12 funcionários. A mina foi fechada, para reabrir apenas em 1920. Depois, foi desativada para sempre. Os escombros das construções e maquinários ainda podem ser vistos no local.

Agencias/SimaCaribe 28 abr 2013